sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Respirar

Andava calmamente pela sala solitária. Calmamente? Ela não se sentia calma. Mesmo que da varanda ela assistisse a triste partida ela não chorava mais. Se ela pudesse parar o tempo ela pararia nos dias felizes, ela jamais sairia deles.

Todos os sorrisos, todos os abraços. Aquilo sim era viver completa.

Mas aqueles dias estavam distantes... Será que o amor dura? Será que o amor não fala mais alto? Ela ainda queria ser a única coisa que importava na vida dele. Porque ele era tudo que ela tinha, tudo que ela respirava. E de alguma forma, mesmo com o fim iminente, ela ainda abandonaria qualquer coisa para tê-lo ao seu lado.

Aberta como nunca esteve antes, era assim que ela se sentia. Vulnerável. Indefesa. O filme de amor passava naquela cabeça confusa, ela procurava um motivo decente pra vê-lo partir, procurava alguma razão dentro de si. Mas, junto com todas as coisas dele, a razão dela estava dentro daquela caixa de papelão, sendo levada para longe de toda a vida que ela sonhou em ter.

Cantando os pneus do carro, sem olhar para trás ele se foi. Ele levou o ar, ele levou a razão. Levou a razão. E não voltaria para ela... Então porque doeria tanto pra ela tudo que poderia ser? Por que ela sentia como se não pudesse mais respirar? Por que ela continuava sem fôlego, sem reação?

Ela deveria ter descido as escadas e gritado para ele ir já para dentro da casa. Ela deveria ter abraçado ele fortemente e deveria ter dito que ela não o deixaria ir, que muito tempo havia se passado desde a ultima vez que ela o deixara ir, ela não esperaria dez anos novamente. Ela deveria ter pego o carro, ela deveria ter ido atrás dele, deveria ter feito ele entender.

Mas ela sabia que ela teria, que mais ou menos hora, encarar a verdade, encarar que as vezes os maiores amores são os que nunca se realizarão. São aqueles que você sonha em conseguir, mas nunca se vê grande o bastante para realizá-lo, ou maduro o suficiente para esquecê-lo.

Ela respirou fundo, horas depois, a única demonstração de vida que ela havia dado desde a partida dele. Ela poderia respirar de novo. Ela esperava por isso. Mas a distância entre a verdade e a vontade dela ainda estaria presente quando ela abrisse os olhos.

Tudo que ela tem, tudo que ela precisa é ter o amor para viver. Os dedos, as mãos, sentem falta daqueles cabelos. O olfato, o paladar, sentem vontade daquele que enchia a vida a de vida. Segure o amor com as suas mãos, não deixe de o procurar. O meu amor em suas mãos... Eu ainda procuro por mim... Ainda procuro por você, mesmo negando isso.

Mas eu respirarei de novo, eu respirarei de novo. Porque sinto que não preciso, necessariamente, viver para respirar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Em casa

Meu próprio sol

Ao coração de tinta


Quando o abracei tudo que pude sentir foi o cheiro já conhecido de sua pele, senti a textura de seus cabelos em minhas mãos, senti a alegria infantil que eu senti naquela noite há algum tempo atras. Eu senti a presença dele. E isso me enchia por dentro. Me completava. Eu era feliz apenas por poder matar a saudade que habitava meu coração.

Era como estar em casa depois de muito tempo longe, era como quando se é criança e você sente necessidade de abraçar a mãe após um longo dia difícil. Eu pertencia a ele.

E com o longo e delicado abraço forte eu senti como se tudo e todos naquela praia sumissem, era como se não fosse mais existir minhas super-depressivas noites estreladas, como se de agora em diante só fosse existir sol. Era exatamente assim que eu me lembrava dele. Porque para toda noite que vem, existe a certeza de que o sol virá. Mas eu tinha o meu próprio sol.

domingo, 22 de agosto de 2010

Olhos mestiços

Eu andava naquela tarde quente e ensolarada, andava naquela praia conhecida que havia se popularizado com o tempo. Eu havia crescido ali, eu pertencia àquele lugar. O vento melhorava a sensação térmica daquele calor praticamente insuportável e fazia com que o meu vestido esvoaçasse, dançando à mercê do vento.

Eu olhava rapidamente para aqueles rostos desconhecidos. Turistas, realmente típico no verão, não? Mas eu tinha meu iPod, então tudo que eu via era uma cena agradável ao som da música que ia tocando aleatoriamente.

E rapidamente, sem aviso prévio ou esperar, eu o vi. Aquele rosto, aquele que aparecia em meus sonhos. Aqueles olhos que me faziam delirar, eu desejava tão arduamente vê-lo de novo, tocá-lo de novo. Seria uma miragem? Era isso apenas resultado da água de coco com vodka? Não pude evitar, o sorriso apareceu em meu rosto instantaneamente, era assim encontrar quem você mais queria ver coincidentemente?

E ao mesmo tempo em que eu constatava a realidade dos fatos, ao mesmo tempo que meu coração voltava a bater rapidamente, ele me viu. Ele sorriu, sorriu como havia sorrido há menos de um ano quando nos encontramos naquela cidade encantadoramente pequena. E eu lembrei de como era me sentir viva de novo.

Corri para os seus braços fortes, desejando mais uma vez, que a distância entre nós não existisse. Corri sem pensar em nada, corri ouvindo a música que vinha do meu coração, corri para aqueles lindos olhos mestiços...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O túmulo

Visitando aquele túmulo que há tempos não visitava, olhou para a flor roxa, deslocada no cenário preto e branco. O vento uivava pedindo abrigo, aconchego e proteção. Era isso que o vento queria. Ela também o queria.
Todos os nós do destino, de tão emaranhados, pediram para serem contados. E foram. Uma lagrima caiu de seu olho. Apertando o casaco preto em seu peito e arrumando a touca em sua cabeça sentou-se para passar alguns minutos ao lado do túmulo cinza.
Vazio. Vazio era o que sentia."Por que me abandonaste?" se perguntava "não era suficiente todo amor que um dia lhe dei?"
Duvidas. Duvidas era o que restávam. Não era para ser ele. Era ela quem deveria estar dentro daquele carro amarelo. Não ele. Não era ele quem o destino pedira a vida, era a dela.
Flashes passavam por sua cabeça. O caminhão desgovernado. O carro rolando do penhasco. O fogo que se alastrou por dentro de toda aquela floresta. A vida de sua vida sendo consumida pelo fogo. Não suportava aquela dor...
Soluços pesados se juntaram a sua mais sincera manifestação de dor. O vento uivava e corria por todo cemitério resfriando todo aquela cena fúnebre. E sozinha ela ficou, presa na cena tristemente colorida de preto em branco.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Amigo-Mar

O sol cruzava lentamente a linha do horizonte em direção ao negrume estrelado à cima. O mar aos poucos despervatava de seu sono e se iluminava com a beleza gradualmente fúcsia daquele novo dia.
Enquanto isso, deitada em seu leito acolchoado, ela sonhava linda e tranqüilamente com a cena que acontecia logo à uma janela de distancia. Acordou.
As ondas cresciam a medida que o dia começava a clariar, enquanto as estrelas, submersas em toda aquela beleza, desapareciam. Era triste vê-las ir embora de una cena tão magica, mas elas certamente estariam brilhando do outro lado deste incrível cosmo. E ele as veria.
Gelando seus pés descalços na areia branca e gelada, a metade sã -e não destruida- de sua alma se alegrava. Havia tamanha beleza no amanhecer? Havia tamanha beleza no mar.
Chegando perto do lindo e maravilhoso mar ela sentiu intensamente o salgado cheiro que o acompanha e que a toca mesmo estando a milhares de quilômetros. Tocou, como que pedindo permissão, os pequenos pés em seu amigo.
Uma corrente de calma e certeza passou por seu corpo, iluminando o dia intensamente. Sempre foi assim que ela fazia para resolver e entender seus problemas, e hoje não seria diferente.
Sentou-se à beira de seu amigo-Mar - não muito longe, o suficiente para toca-la a cada quebrada de onda- e ali, para o Mar e o nada, ela contou todos os medos que a assolava. Pois o Mar era o seu melhor amigo.

sábado, 8 de maio de 2010

“Uma vez me disseram que a vida nem sempre tem uma razão, um motivo; mas pensando em tudo que vivi, pensando em tudo que passei eu tenho certeza que ela o tem.”

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Utopia

Sentada naquele galho robusto em frente da casa da avó ela criava planos e identidades secretas, sonhando com o dia incerto de um futuro idealizado. Aquela garotinha sonhava com príncipes e bruxas; sonhava com aventuras e finais felizes...

Deitada, imaginando sua utopia, para ela o mundo seria o palco de seu sucesso, e as pessoas comparsas de sua alegria. Ela nunca imaginou que na verdade, na vida dela, haveria muitas bruxas e poucas princesas; muitos sapos e poucos príncipes...

Ela, que desde pequena sonhou com o crescer, nunca imaginou que talvez quando olhasse pra trás sentiria falta da inocência que vendava seus olhos do mundo; sentiria falta de poder ser a única amiga que ela precisasse ter.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ser forte?

De repente eu me sinto perdida, sozinha no mundo.

Olho às pessoas a minha volta e não sei mais de pertenço a elas.

Eu pertenço a alguém?

O mundo gira, e gira rapidamente.

E eu, mais uma vez em meus atos de burrice, perco tudo que me importa.

E eu sinto muito se te magoei, mas não sei se você estará me lendo.

Não sinta raiva, eu cometi um erro, mas ainda quero o melhor pra você.

Então eu serei forte, porque a vida não é fácil, mas eu não me perdoarei.

Talvez não exista culpados, talvez não exista nada que dure pra sempre,

Mas eu sinto muito por magoar você.

E então você será forte? Porque a vida é não é longa...

E eu ainda desejo o melhor pra você, e talvez você esteja melhor...

Mas se este for o meu ultimo “hoje” de sempre,

Eu espero que você saiba que eu ainda adoro você.

E não tenha medo, as coisas mudam mesmo,

Mas eu não queria ter mudado. Eu não aceito ter te magoado...

Mas isso prova que ainda estamos vivas.

E este ainda pode ser o nosso ultimo dia...


Texto didicado a uma amiga.

domingo, 11 de abril de 2010

E no meio de tantos mais uma vez meus olhos caíram em você.
Me diga agora: o que será que eu posso fazer?

sexta-feira, 19 de março de 2010

A volta.


Olhei através da janela para a escura noite agitada na avenida abaixo de mim. Hoje fazia quatro anos. Quatro longos anos... Eu não queria me lamentar, mas era inevitável.

Eu sabia que não deveria me lembrar tão intensamente dessa data. Eu não deveria viver em luto permanente. Tudo havia mudado. Mas eu sempre guardaria em mim a imagem que um dia eu tivera de você: doce e inocente. E isso não mudaria, porque algumas coisas a gente simplesmente não pode mudar.

Os pingos de chuva começaram a cair na minha janela à medida que eu começava a soluçar. Lágrimas minhas caiam com a mesma intensidade da chuva lá fora, elas eram salgadas como o mar. No rádio tocava a nossa musica, e isso era mais do que motivo para tornar tudo insuportavelmente depressivo e solitário. Não havia estrelas no céu, era uma noite sem esperanças, e a única fonte de luz que adentrava o apartamento provinha dos postes de luz lá fora.

Através da minha janela eu podia ver um taxi parando na avenida. Muito rapidamente vi alguém descer do taxi amarelo carregando um guarda-chuva preto. Usava um terno caro, pelo que vi. Na mínima era apenas mais um dos moradores, um daqueles chatos e insuportáveis moradores mesquinhos!

Nada mais me importava. Era tudo vazio e sem sentido. O tempo transcorria lentamente. Dois minutos. Por que qualquer música me lembrava tão instantaneamente de você? Quatro minutos. Quão horrível era me lembrar de tudo, de tudo que me prometeu mais jamais chegou a cumprir... Dez minutos. E ouvi a campainha soar ao longe.

Enxugando minhas lágrimas geladas, me levantei da poltrona da janela e caminhei até a porta. Atenderia assim mesmo! Nada de me olhar no espelho e tentar, no mínio, aparentar apresentável. O mundo que suporte a minha dor...

A primeira coisa que vi foram sapatos mocassins pretos e molhados. Aos poucos fui subindo os meus olhos. Deparei-me com o rosto que eu mais idealizei em quatro anos; vi o rosto que eu vinha sonhando todos os dias desde sua partida, o rosto cujo me fazia lembrar todos os dias ensolarados e alegres e de todos os dias frios e aconchegantes. E eu sabia que a minha idealização nada havia mudado da realidade. O meu anjo estava ali, olhando para mim com o mesmo rosto maravilhoso e o mesmo sorriso sem-graça que eu conhecia desde os meus 10 anos de idade.

Ele estava parado no hall, olhando para mim, meio que se perguntando se eu iria lhe convidar para entrar e ainda segurando o guarda-chuva molhado em suas mãos. Era ele o homem de terno que eu vira descendo do carro. O que era engraçado, já que eu só o vira assim três ou quatro vezes antes, e eu sempre perdia o ar ao vê-lo tão lindo, mas para mim ele sempre seria o mesmo menino... Perguntei-me se o anjo parado no meu hall não seria uma miragem. Mas não! Ele estava ali, ele estava ali com aqueles olhos me fitando. Ele tinha voltado! Olhei fixamente em seus olhos e finalmente abri o meu único sorriso sincero em quatro longos anos. Abracei-lhe sem pensar. Senti o seu cheiro me acamando... Ele tinha voltado!

sexta-feira, 5 de março de 2010

O mar...

Acordei sozinha naquele apartamento triste e solitário. Ao longe eu podia ver o mar verde água me chamando. Convidando-me a lavar minhas lagrimas de uma vez por todas.

Vesti-me rapidamente com um vestido branco e cumprido, e me dirigi à praia. Eu morara ali, naquela mesma cidade, com a mesma vista para aquele mesmo mar por tantos anos, que ao chegar naquela praia - que há tanto eu não visitava- eu senti como se estivesse reencontrando um velho amigo de infância. Era ali, tinha que ser ali. Se o meu fim não fosse naquela solitária e conhecida praia não seria em lugar nenhum.
Aos poucos fui molhando meus pés descalços na água salgada e gelada. Fui me esquecendo daquele frio congelante e pensando no que estava prestes a fazer. Era agora, era para sempre. Pelo menos nesse pra sempre eu poderia confiar.
Olhei para noite claramente iluminada pela lua. Olhei para o céu estrelado que há tanto me havia inspirado e me feito pensar. Não, as estrelas não seriam um motivo para desistir. Não seriam mesmo.
Do outro lado da praia eu via a água batendo nas rochas com violência e força. Em poucos minutos eu estaria imersa naquela violência e faminta. Continuei minha caminhada lenta e fúnebre em direção ao mar verde e salgado.

Continuei andando e me lembrando. Pensando. O que me faria
parar agora? Nada! Eu estava decidida. Pingos salgados de lagrimas minhas se juntaram ao mar salgado. De agora em diante o mar seria meu o meu espelho. Caminhei mais rápido e de encontro a uma onda raivosa que se aproximava.
Aos poucos senti o ar sair dos meus pulmões e as minhas artérias doerem com o sal do meu carrasco. Era assim mesmo que eu esperava que fosse. Eu ouvia um milhão de vozes naquela praia vazia, como se as estrelas me mandassem continuar, me mandassem aguentar firme, pois o fim era assim mesmo, e só dessa maneira eu dividira o céu com elas no final de tudo. Eu sabia disso.
Afundei e fui puxada para baixo, perdendo, durante o percurso a minha visão do mundo lá fora, do céu e das estrelas que, tristes, esperavam eu me juntar a elas.
E o mar, com sua ânsia incontrolável de dominar e destruir, levou-me para suas profundezas sozinhas e gigantescas. Levou minhas dores, meus sentidos e minhas virtudes. Levou todo meu ar, todos os meus sonhos e pesadelos. E isso era mais do que suficiente para me sentir, como há muito não me sentia, alegre.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E ser feliz...

Eu acho que na verdade é impossível estar TUDO totalmente bem. É impossível estarmos totalmente felizes. Nós nunca estamos 100% bem, e quando nos julgamos assim sempre acontece algo para nos mostrar que a vida não é só felicidade.

Eu acho que a verdadeira felicidade é estar feliz com o que você tem. Tendo problemas ou não. Querendo sorrir o tempo todo ou não. Só você se sentindo bem e encarando isso de forma positiva que você vai se julgar feliz.

Quantas vezes as pessoas olham pra trás e falam: "eu era feliz e não sabia”? Quantas vezes olhamos pra trás e vemos os laços de inimizade destruídos com o tempo? O tempo passa, as coisas mudam, a gente cresce e vê que se importar é muitas vezes desnecessário.

Não é que você era feliz e não sabia. Você tinha problemas e tristezas naquela época sim. Mas é que quando o tempo passa tudo se torna mais bonito, mais forte e mais especial do que a gente pensava que era na época.

E acho que a felicidade absoluta é como a mulher romântica: impossível de se alcançar, e se pudesse ser alcançada perderia a graça. Porque o bom da vida é lutar pra ser feliz, é fazer merda tentando acertar. É rir da própria desgraça, é aprender que as pessoas também erram, e que às vezes elas erram com você.

Eu não acho que a vida tem um significado próprio. Eu acho que cada qual tem o direito e o dever de escrever o significado pra própria vida.

A minha vida é feita dos momentos felizes, de tirar o fôlego. É feita de lágrimas e de risos, é feita de amigos e pessoas nem tão amigas assim. É feita dos momentos que eu pensei e desistir por acreditar ter perdido tudo, mas também dos momentos em que eu prometi nunca desistir. A minha vida é feita de tudo que eu vivi, de tudo que eu vivo. Inclusive das vezes em que eu pensei em acabar com ela.

E eu acho, sinceramente, que ser feliz não depende dos outros, depende da gente mesmo. Depende do nosso conceito de felicidade e de maturidade. Eu acho que ser feliz é tão simples que as pessoas insistem em complicar tudo.

É tão bom quando encaramos os problemas com garra e os resolvemos. É tão boa a sensação de ver que tudo, pelo menos uma vez, saiu como planejado.

Eu não estou dizendo que infelicidade não exista, porque eu sei que ela existe. Eu não sou feliz o tempo todo, eu não sou positiva o tempo todo também. Mas eu acho que encarar a vida pensando em tirar o melhor dela é a única maneira de encontrarmos a felicidade. Ela pode não ser absoluta, mas ela é simples, ela é opcional.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Na verdade, tudo que imaginamos ser certo se tornou errado a partir do momento em que nada saiu como planejado para nós. Mas apenas hoje eu percebi que não posso reutilizar nossos planos; porque com outra pessoa aqueles sonhos se tornariam vagos, e cada derrota me lembraria ainda mais de você. Talvez eu jamais seja capaz de te esquecer.
Agora estou mal por saber que tudo aquilo que sonhamos terá que ser arquivado em meu peito. E terei que esperar o dia, em que talvez, você resolva voltar pra mim. Talvez eu resolva te esperar pra sempre, pois eu disse que o faria. Talvez te esperar nem seja uma escolha, seja apenas um fato; um daqueles fatos que temos que aprender a conviver.
Mas eu sei que não devo esperar você voltar. Eu devo seguir em frente. Porque eu sei que se for pra ser eu&você, simplesmente será. O destino nos trás o que merecemos e afasta o que não precisamos.
E não importa onde estivermos; se o amor ainda existir, os anos não terão mudarão o nosso amor em nada, eu apenas te amarei um pouco mais. Porque eu te amo um pouco mais a cada dia. Espero um dia poder olhar em seus olhos e ouvir você dizer que esperou a vida toda por esse momento. Porque eu esperarei você muito além da vida se for preciso.
E sei que apenas acreditando nisso conseguirei viver a minha vida esperando por você, e serei mais forte a cada dia. Eu sei que apenas rezando esta oração todas as noites eu serei mais crente a cada dia que o nosso amor é eterno, assim como você me disse que iria ser...

Algumas pessoas dizem que o amor é muito curto perante a vida. Eu discordo, pois apenas existindo amor existe a vida. E a minha vida depende simplesmente da luz das estrelas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Às vezes, fico me perguntando, onde você esta agora; com quem esta agora. Será que você se lembra de nos dois? Será que você quando passa pelos lugares onde ficávamos juntos, você pensa no nosso amor? Você já tem um novo amor? Ela te olha como um dia te olhei? Ela te beija como um dia te beijei? Ela toca seu rosto como um dia eu toquei? Ela te ama como um dia eu te amei? Você vê através dos olhos dela, como via através dos meus? Será que você lembra-se de mim de alguma forma?

É, talvez hoje eu não seja nada em sua vida. Talvez você não sinta falta de absolutamente nada do que vivemos juntos, talvez você pense que não nos amamos de verdade, ou que nunca sofremos de amor um pelo outro. Eu não posso saber o que se passa na sua cabeça. Só sei que você vai estar no meu coração para sempre. E um dia, nem que seja na forma de um beijo, um abraço ou toque você se lembrará de mim. Você sentira o meu cheiro ao seu redor, assim como as vezes eu sinto o seu cheiro ao meu redor.
E, talvez, você não perceba que esta esperando apenas por alguém que preencha o vazio que restou sem mim. Mas você nunca vai me encontrar em nenhum outro alguém. E quando você se acostumar com ela você verá que precisa de um amor verdadeiro, que precisa de alguém que te ame tanto quanto eu te amei.
E se encontrar esse alguém: me esqueça. Me esqueça pra sempre, não ouse tocar o meu nome em seus pensamentos. Mas, eu sei que você vai se lembrar de mim. Eu sei que sempre serei pra você tudo que você é pra mim. E eu sei que vai, porque não consigo parar um só instante de pensar em ti. Preciso de alguma forma te dizer mesmo assim tão distante, eu te amo; preciso te dizer que você ainda é parte de mim. Preciso fazer você entender, que nao importa o que aconteça; meu coração sempre terá o seu nome tatuado.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os primeiros raios de sol adentravam pela janela. E ele continuava ali, sentado em silencio na velha poltrona de couro marrom. Ele não havia dormido a noite toda. Tampouco havia saído daquela poltrona ou se alimentado. Ele só pensava, em silencio. Se não fosse por alguns breves e quase imperceptíveis acenos de cabeça.

Durante toda noite nenhuma lagrima havia caído daquele rosto marcado pelo tempo. Era como se ele estivesse em estado de choque, esperando. Mas por dentro, seu coração estava em desespero. Você já se sentiu perdido? Talvez você possa entender...

A voz naquele telefonema ainda assombrava a sua alma. Aquela voz marcada pelo choro recente e desesperada. Aquele tremor seguido pelo frio intenso que percorreu o corpo dele ao saber que ela se foi, para sempre... Em alguns segundos ele viu a vida passar por seus olhos. Tudo que eles tinham vivido. Tudo que eles poderiam ter vivido. Tudo que não viveram...

Ele se lembrou dos dois sentados no gramado aos 13 anos, de todas as promessas e risos. E de todas as lágrimas que foram derramadas por motivos que na época pareciam tão densos, mas ao crescer eles perceberam que não era tão complicado. Todos os encontros e desencontros da vida deles. De todas as noites que ele tivera a certeza que almas gêmeas existiam.

Mas o destino não tinha sido tão bom assim para os dois. Os caminhos se desencontraram, e ela sempre foi o amor da vida dele. Mas a vida não pode parar, não pode. E ambos seguiram em frente, mesmo sentindo o amor mais puro que se é possível sentir.

A garota do telefone era a filha dela, era a filha do amor da vida dele. Ela ligava, desesperada, para lhe dizer que a mãe, tão amada, tinha morrido em um acidente de carro. E, ao pegar o diário da mãe, ela descobriu que o amor da vida da própria mãe não era seu falecido pai, e sim o amigo de infância que ela só conhecia por fotos.

As vezes o destino é tão mal e cruel, as vezes o medo de tentar e se machucar impede tantas coisas de acontecerem, tantas palavras de serem ditas. E dentro daquela cabeça, daquele coração, ele sentiu um nó sendo feito. Uma tristeza percorrendo suas veias.

Dizem que é impossível morrer de tristeza, de amor. Mas aos poucos, aquele não mais tão jovem garoto sentiu a respiração acelerar, juntamente com seus batimentos cardíacos; sentiu as pontas dos dedos formigarem e a vista se embaçar. E ouviu aquela tão suave e infantil voz repetir em seu ouvido “Eu só quero que você saiba que eu vou te amar pra sempre”. A dor passou...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Hello hello is anyone home? Hello hello just pick up the phone.
Os marshmallows do chocolate quente giravam como se brincassem de roda. Dedos de unhas roídas seguravam a xícara marrom escuro. I opened up my life to you, I told you everything I knew… E entre soluços incessantes era possível ouvir uma daquelas músicas melodramáticas que as pessoas costumam ouvir quando o coração se parte em milhares de pedacinhos.
You listened so closely to, You listened so close when love was just a way out.
Não era a primeira vez que ela se sentia assim. Tão sozinha. But you're going deaf now, Yeah you turned your head around. O vento que entrava da janela aberta apenas intensificava a sensação de solidão ao balançar a longa e leve cortina branca.
Hello hello is anyone home? Hello hello just pick up the phone.
E não seria justo para ela aceitar sofrer, não agora. You'll be sorry to hear I'm doing fine now. Ela tinha aprendido tanto nos últimos meses, não iria se abalar agora. Sorry to hear you’re without me now. Ele era apenas mais um garoto. You blew up the world I built for us. Apenas mais um dos que a fizeram chorar. Destroyed our secret universe. Apenas mais um, não o doce clamor de desejo ardente. Threw out the trust I put in you. Isso ia passar; tinha que passar. Making me feel like I've been used...
Limpando as lágrimas de seu rosto, aquelas que escorriam do seu rosto em direção a mesa, ela prometeu que não choraria. . And now I'm reminded That I was just blinded... Não choraria mais. I'm doing fine. Ele não valia a pena, nunca havia valido. You'll be alright. E se ele quisesse, era apenas fazer uma doce e rápida ligação. Maybe you'll think of me tonight.
E sim, ela se decidiu, ele se arrependeria em saber que ela estava bem. You're doing fine. Arrependido em saber, que ele estava sem ela agora. I'll be alright... E dessa vez ela não voltaria atrás. Ele fez a escolha dele. Just give me time.

Trechos: Hello Hello - Paramore

sábado, 9 de janeiro de 2010















Fique; não vá embora agora.
Pense; vale mesmo à pena jogar tudo fora?
Por tanto tempo eu esperei,
Com este momento, minha vida inteira sonhei.

Baby, não olhe pra trás.
Não vale a pena lembrar-se de tudo aquilo.
Agora que a dor se foi, pense apenas no eu&você!
Pois eu sonhei a vida toda com este momento.

E os seus olhos ainda são a marca de cada sorriso meu,
E o seu cheiro ainda me faz rir a toa,
E todas as nossas mudanças foram apenas para o nosso bem.
Agora que a dor se foi...

Não tenha medo de ser apenas meu,
Pois dessa vez eu vim para ficar.
Então me diga: você vai ficar?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Eterno

O sol se escondia e deixava aquele rastro cor-de-rosa no céu azul claríssimo, que era a prova que aquele dia fora caloroso e claro. As nuvens atravessavam o céu com uma lentidão inexplicável. Pudera Deus parar o tempo naquele dia. Ela viveria aquele dia novamente quantas vezes fossem necessárias, quantas vezes ela pudesse.
Mesmo agora, distante de toda a euforia daquela tarde ensolarada, vendo a noite estrelada chegar aos poucos e sentindo aquela esperança inexplicável que as estrelas lhe traziam ela se divertia em repassar mentalmente cada segundo ao lado dele. Talvez as coisas não tivessem mudado tanto assim. Talvez tudo pudesse voltar a ser como antes. Ela não tinha sonhado, tinha? Não era possível ela ter sonhado com um sorriso tão alegre e tão puro quanto aquele...
Ela nunca foi daquele tipo de garota que acredita em contos de fadas, ela nunca pensou que pudessem existir amores que durassem pra sempre ou sentimentos tão puros quanto aquele. Mas era inacreditável; toda vez que pensava nele aquele frio lhe subia a barriga e ela sentia aquela felicidade boba. Será que era isso que tantos poetas tentaram descrever? Será que não era mesmo nenhum tipo de exagero para cativar o publico? Será que alguém, nesse mundo imenso, já havia sentido o que ela sentia agora?
E as músicas? Será que todas foram feitas exatamente para ela? Será mesmo que cada autor pensou no que ela sentia naquele momento? É que era inacreditável, depois de certa idade, sentir aquela pureza que ela sentia ao sorrir para aquele homem; sentir aquele calafrio lhe percorrer a coluna a cada mínimo toque daquelas mãos macias; se sentir crianças novamente ao brincar com ele – na singela esperança de lhe tirar um sorriso que lhe faria tremer só de se lembrar.
Então, olhando para aquela velha estrela – que ela havia dado o nome dele há tanto tempo atrás – ela sorriu ao compreender que mesmo que não acreditasse, aquele amor estava lá. E estaria, até o momento em que ela chegasse a duvidar do brilho sincero do seu olhar ao lembrar daquele dia tão especial. E isso jamais aconteceria.