segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Em casa

Meu próprio sol

Ao coração de tinta


Quando o abracei tudo que pude sentir foi o cheiro já conhecido de sua pele, senti a textura de seus cabelos em minhas mãos, senti a alegria infantil que eu senti naquela noite há algum tempo atras. Eu senti a presença dele. E isso me enchia por dentro. Me completava. Eu era feliz apenas por poder matar a saudade que habitava meu coração.

Era como estar em casa depois de muito tempo longe, era como quando se é criança e você sente necessidade de abraçar a mãe após um longo dia difícil. Eu pertencia a ele.

E com o longo e delicado abraço forte eu senti como se tudo e todos naquela praia sumissem, era como se não fosse mais existir minhas super-depressivas noites estreladas, como se de agora em diante só fosse existir sol. Era exatamente assim que eu me lembrava dele. Porque para toda noite que vem, existe a certeza de que o sol virá. Mas eu tinha o meu próprio sol.

domingo, 22 de agosto de 2010

Olhos mestiços

Eu andava naquela tarde quente e ensolarada, andava naquela praia conhecida que havia se popularizado com o tempo. Eu havia crescido ali, eu pertencia àquele lugar. O vento melhorava a sensação térmica daquele calor praticamente insuportável e fazia com que o meu vestido esvoaçasse, dançando à mercê do vento.

Eu olhava rapidamente para aqueles rostos desconhecidos. Turistas, realmente típico no verão, não? Mas eu tinha meu iPod, então tudo que eu via era uma cena agradável ao som da música que ia tocando aleatoriamente.

E rapidamente, sem aviso prévio ou esperar, eu o vi. Aquele rosto, aquele que aparecia em meus sonhos. Aqueles olhos que me faziam delirar, eu desejava tão arduamente vê-lo de novo, tocá-lo de novo. Seria uma miragem? Era isso apenas resultado da água de coco com vodka? Não pude evitar, o sorriso apareceu em meu rosto instantaneamente, era assim encontrar quem você mais queria ver coincidentemente?

E ao mesmo tempo em que eu constatava a realidade dos fatos, ao mesmo tempo que meu coração voltava a bater rapidamente, ele me viu. Ele sorriu, sorriu como havia sorrido há menos de um ano quando nos encontramos naquela cidade encantadoramente pequena. E eu lembrei de como era me sentir viva de novo.

Corri para os seus braços fortes, desejando mais uma vez, que a distância entre nós não existisse. Corri sem pensar em nada, corri ouvindo a música que vinha do meu coração, corri para aqueles lindos olhos mestiços...