sábado, 29 de setembro de 2012

Sobre coisas, falta e a substituição


A gente procura por boas formas de se contentar: um cabelo novo; o resgate do que, um dia, lhe foi um hobby; ver televisão; tirar fotos... Enfim, qualquer coisa para deixar de sentir. É que o que lhe foi tirado não volta, não é substituível, é coisa determinada e certa; é infungível.
E você amava tanto aquilo que você se pergunta como viver com a falta que a coisa lhe faz. Como viver em um mundo onde lhe falta tudo: amizade, amor, carinho, confidência... Enfim.
Aí você percebe que não tem danos morais e nem materiais cabíveis; que o seu direito não foi tutelado pelo Estado. Você percebe que não tem como: você vai ter que se acostumar; vai ter que viver sim, mesmo que caiba um Jeep dentro daquele rombo no seu coração, mesmo com a injustiça que lhe foi feita.
Aí é a pior fase: essa é a fase que você tem que fingir – para você mesmo, principalmente – que aquilo nem lhe faz tanta falta; que era tudo apenas a ilusão da propriedade privada e que você deveria acatar as ideias Marxistas e viver em um mundo coletivo, onde tudo é de todos e nada é de ninguém.
Você se convence por algum tempo, você se sente feliz por algum tempo, mas tem horas que a falta fala mais alto e você precisa urgentemente chorar a falta novamente.
Tudo isso até o dia em que você, quando menos espera, encontra um substituto para a coisa que lhe falta e até ela ir embora novamente.
Estaria tudo muito bom se eu estivesse falando de coisas, mas não estou. Estou falando de pessoas e dessa sociedade contemporânea que troca tudo e todos como coisas. Nesse mundo em que uma pessoa que lhe é importante, dois meses depois já não é. Da substitutividade absurda, dessa sociedade líquida – como dizia o bom e velho Bauman – que substitui, que abandona, que trata tudo e todos como coisas passíveis de substituição.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vinte de Abril


“Quando a gente gosta por tanto tempo de uma pessoa tão próxima, eu acho que a gente não precisa de grandes declarações ou de belas palavras. 
Acho que o amor acontece quando tem que acontecer. É natural. Não dói. Mas acho que de alguma forma você tinha que saber disso formalmente, mesmo sendo você que me conhece melhor que ninguém.
Você, que sabe de toda e qualquer reação minha. Que conhece o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Você que me ensina o que é melhor pra mim.
Na minha cabeça é fácil confundir você e eu; me é fácil fazer de nós um, falar de nós como ‘agente’ e buscar um modo de fazer ‘nosso’ o meu caminho.
Sinto muito se confundi tudo, se éramos para ser somente carinho, somente adoração, admiração, sei lá... Acho que a proposta era sermos qualquer coisa, menos um.
Sinto muito se ao tentar olhar nas entrelinhas eu confundi carinho com paixão, se confundi cuidado com ciúme, se confundi você com tudo o que eu mais sonhei para mim.
Me desculpa por ter estragado nossas promessas de ‘para todo o sempre’ ao ter pensado que o meu futuro seria o mesmo que o seu.
Como eu disse, acho que quando a gente fica perto de alguém por tanto tempo, e sente algo tão forte por alguém, não dá pra buscar somente amizade ou para querer somente perto. Acho que de alguma forma o amor aconteceu, pelo menos para mim. 
E é disso eu me arrependo...”

domingo, 23 de setembro de 2012

Um dia deixa de fazer falta

Um dia deixa de fazer falta, eu tenho tentado me convencer. Um dia a gente para de sofrer e o tempo toma o destino em seus dedos, eu fico me repetindo.
A verdade é que eu não tenho me dado tão bem assim longe de você, na verdade eu nem sequer tenho estado em mim longe de você.
Eu me acostumei com as conversas de fim de dia, me acostumei com o modo como eu te contava todos os meus problemas e você me ajudava a achar soluções. Me acostumei com a sua presença, mesmo quando você estava distante.
Não quero viver dentro desse hiato entre as vezes que você vem falar comigo e as vezes que eu me rendo e vou te procurar. Não quero viver com esse conhecimento vazio que se apodera de nossas conversas. Não quero deixar de ser quem eu fui pra você, mas também não quero abdicar de ser quem eu nunca fui e sempre sonhei em ser.
Tenho vivido essas controvérsias por bons e belos motivos. Pelo nobre, pela honra, pelo orgulho... Ou simplesmente pelo fato de que eu não conseguiria permanecer perto sabendo do quão intocável você se faz à mim.
Acho que eu me convenço em fugir todas as vezes que escuto você. ou quem quer que seja, dizer o nome dela. O nome que me corta como se tivesse navalhas, que me faz correr, que me faz parecer tão frágil.
Pra ser sincera, eu nem sei mais como prosseguir com essa historia. Eu só posso continuar esperando que um dia você deixe de fazer falta, esperar que um dia eu esqueça o quão doce foi ter você na minha vida amarga.
E sei lá se um dia algo volta ao seu lugar. O problema é me acostumar, mudar meu paradigma e reestruturar minhas bases e achar outra pessoa que me permita confiar tanto quanto um dia eu confiei em você.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sonhos, palavras, momentos.


Olhos abertos me fazem ver, 
Tudo o que seria um bom motivo para lhe querer.
Ah, quanto eu honestamente sonhei em lhe dizer...
Tudo que gostaria de lhe deixar saber.

Meus sorrisos são acolhidos
Pelo seu olhar destemido.
Daria o mundo para não mais ter que viver assim, tão sem sentido...

Sua voz doce me envolve em pensamentos
Sonhos, palavras, momentos…
Todos seriam bons, e lamento, porque você jamais saberá de seus encantamentos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E eu sonhei...


E eu sonhei. Sonhei com um dia belo de amor e felicidade; sonhei com olhos que hoje vejo não desejar possuir; sonhei com pessoas que não mereciam fazer parte daquele sonho.
Porém, como depois de toda noite, o sol veio me mostrar que sonhar muito com pessoas poucas não faz desse meu sonho acessível. Sonhar não é um pré-acesso ao seu sonho, e sim lutar por ele. E eu sempre soube que só vale a pena lutar por aquilo que se vale a pena possuir.
Então, entenda essa batalha como terminada, entenda essas minhas palavras como um adeus e entenda que você foi um sonho pintado como belo, mas depois se tornou nada alem de um pesadelo conturbado. 
A manhã me mostra hoje que tenho muito mais dias para viver, muitas noites a mais para sonhar e muitas batalhas a lutar. E sonhos de inverno jamais deixariam-me ganhar.

Novembro de 2011

Rimas pra quê?

Eu já me cansei de toda essa história de vai e vem. Já cansei do fato de você me ter quando lhe convém. Eu já nem sei se ao menos você me quer bem ou sou apenas mais uma no seu harém.
Chegou a hora de eu cair na real, chegou na hora de eu perceber que você não é, que você não pode ser, o tal. Esse rolo não esta me deixando legal. Então chegou a hora de dizer tchau pra’quela sua carinha angelical.
Então chega de beijinhos. Chega de coraçõesinhos. Chega de tanto carinho. Chega de ti, ao menos um pouquinho. 
Chega de me fazer importar, chega de me fazer querer matar qualquer outra que cobice o que eu acho que é o meu lugar. Eu sei, dessa vez não vai dar pra voltar.
Eu me lembro de quando você foi embora. Eu me lembro que você prometeu na hora, "chegando aqui você ainda me namora". 
Eu acreditei em cada palavra pequena, mesmo que soubesse que a mentira era de dar pena. Eu acreditei em você, e foi por isso que eu fiquei tão mal na minha própria cena. 
Você não mereceu todo o carinho que lhe dei. Você não mereceu nem ao menos o sonho que com você sonhei. É, eu sei que não foi muita coisa, mas aquele pouquinho fui eu quem planejei.  Então é melhor dizer que por aqui parei, porque você não se importou com a importância com que eu me importei. Tudo o que eu tenho a te dizer se resume, apenas, em um “cansei” e talvez em um “não me diga que eu não avisei”.

9/10/11